talvez por causa do cansaço, das poucas horas de repouso, do excesso de trabalho ou do início de ano absolutamente caótico, talvez por "all of the above" ou "none of the above", hoje, tal como ontem, não conseguia ver o sol.
levantei-me cedo, cheguei ao colégio, dei as minhas aulas, saí do colégio, fui para casa a correr, mal almocei, fui a correr para a empresa, resolvi umas coisas a correr, cheguei a casa, lanchei e enterrei-me no sofá, em auto-comiseração.
liguei a televisão e fiquei a olhar para lado nenhum.

vi de repente a expressão: "o mundo muda pessoa a pessoa".

caí em mim.
percebi todo o meu dia:
levantei-me cedo, cheguei ao colégio e encontrei um amigo de há alguns anos. foi comigo à capela e rezou comigo e com um grupo de pessoas lindas, que estavam lá. estava lá quase toda a gente que se esforça por (ou simplesmente consegue) chegar mais cedo para aqueles minutos. cheguei ao corredor e fui recebido pelo abraço da pingas.
na primeira aula, a Seni mostrou-me uma notícia de jornal em que ela aparecia, que me deixou orgulhoso. tão orgulhoso que fiquei sem jeito, e não a valorizei tanto quanto devia... a notícia falava de duas meninas (uma das quais a Seni) que andaram em vila real com um cartaz colorido a oferecer abraços gratuitos. a consciência de que eu tive um pequeno papel naquela atitude que mudou a vida dela e a de algumas pessoas que ela abraçou, abalou-me imenso. positivamente, claro, mas abalou-me... sinto um orgulho indizível (desculpa zé rui) na Seni...
hoje só dei aulas aos meus meninos. propus-lhes que durante o ano fizessem trabalhos sobre temas relacionados com as respectivas áreas e eles não só acolheram a ideia como deram sugestões fantásticas para os temas a ser trabalhados. são fora de série os meus meninos...
fui para casa a correr e dei boleia ao filipe, meu afilhado, e mais uma vez souberam-me pela vida aqueles minutos que estivemos juntos. quase não almocei, mas no curtíssimo tempoque tentei almoçar estive na cozinha com a minha mãe, sem televisão, a falarmos de tudos e de nadas. fui a correr para a empresa, onde um cliente elogiou o meu trabalho e o meu profissionalismo. regressei a casa e lanchei com a minha mãe e a minha sobrinha.

entre esta leitura do meu dia, e a primeira há apenas uma diferença: mudei a forma como olhei para ele...
ao longo destes dois dias esqueci-me do fundamental: contar as minhas bençãos. e só quando fui capaz de o fazer, as coisas se recolocaram em perspectiva e fui capaz de me dizer "ultreia suseia", com o amor e a convicção que o fiz hoje nas aulas. com o amor com que, por exemplo, a Seni o concretizou...

3 comentários:

Anónimo disse...

levantar da cama de manhã vale sempre a pena.
e no final do dia conseguirás sempre descobrir um "porquê".

gosto muito de ti juquita...
desejo-te uma boa noite de sono, hoje.

beijinho, francisca -

Anónimo disse...

Obrigada por este Caminho.Nao teria sido a mesma coisa sem ti (:

Abraço *

Anónimo disse...

Espero poder ajudar te cada dia a ver o Sol como tu me ajudas Juca!

Grande Abraço!
Pedro Nuno