Há o silêncio de antes da palavra.
E aquele que, depois dela, deixa sítio
para subirem pausas
com outras dentro desenvolvendo o limbo
por onde suba inviolável, alta
a melodia do que foi esquecido.
Esse silêncio pauta.
Vai decifrando vestígios
de quanto o precedeu no gasto mapa
de que é possível compulsar o ritmo.
E estar à escuta com, ao fundo, a alma
a desprender-se. Subindo
até o silêncio recobrir a água
e desnudar a solidão do espírito.

Fernando Echevarria (n. 1929)

[coloco este post no desconforto por citar duas vezes tão próximas o SNPC, mas hoje era REALMENTE isto que queria dizer.]

1 comentário:

Anónimo disse...

Sabe, eu tenho-lhe mesmo a dizer obrigada.